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“Presente” é um tempo verbal que parece não ser conjugado pelas empresas. Podemos perceber que, ao contrário das gerações, elas ficaram cada vez mais retrógradas, ou melhor, estagnadas. Não conseguiram nem acompanhar uma evolução natural do mundo, e talvez até por isso paguem um preço tão alto nessa crise econômica. Como diria meu grande amigo e pensador Rafa Campoy, “a maioria das empresas são iguais há 100 anos, continuam no fordismo”. Há uma tendência de acomodação. Não no sentido de relaxamento, mas no sentido da falta de iniciativa e atitude para movimentar-se.

Na minha opinião, as pessoas são os ativos mais importantes de uma corporação. Elas que conduzem o dia a dia e criam o ambiente de trabalho. Além de ajudar a construir ou destruir a imagem da empresa quando estão fora do local de trabalho. O princípio básico do ser humano, e principalmente do brasileiro, é o mínimo esforço. Assim as pessoas tornam-se o ponto falível do negócio. E muitas vezes camuflam-se atrás de processos burocráticos.

Quando falo de uma empresa de vanguarda (moderno é coisa antiga), foge imediatamente da minha cabeça a imagem de um local com pessoas “workaholics”, ensandecidas pelos resultados e prazos. Sou fã da meritocracia. Mas da vida saudável também. Vanguarda é ser “low profile” com assertividade. É eficiência. Cozinha especializada versus “fast food”. A correria é algo ultrapassado, o que vale é ser bem feito para não perder virtudes raras hoje em dia, como a profundidade e a consistência. O povo, sábio, sempre disse que “a pressa é inimiga da perfeição”.

O trabalho é uma troca do tempo disponível pelo recurso financeiro. Essa negociação não precisa ser necessariamente tortuosa. Pelo contrário, tem que ser prazerosa. E quando existe uma causa para abraçar sempre é. A marca tem que ser o catalisador dessa causa. Deve potencializar os esforços da empresa para alcançar seus objetivos.

Transformar seu colaborador em embaixador de sua causa é ter muito mais que apenas pessoas que funcionam (funcionários) na rotina diária, é ter sempre uma equipe remando vigorosamente na mesma direção, em busca dos triunfos.

Dá pra ser eficiente com tranqüilidade. Dá pra ser dinâmico e assertivo em um ambiente saudável. Dá pra gerar resultados e viver a vida. É possível proporcionar ao colaborador um motivo para acordar cedo e trabalhar com satisfação.

Falamos muito que é necessário envolver o cliente, fidelizar o consumidor, entre outros jargões. Só que tem empresa que leva isso ao pé da letra. A Drograria São Paulo, que já colocou o público como co-criadores de produtos e serviços, convida agora as pessoas para indicar onde você deseja que a rede inaugure um ponto de venda. Eu, que adoro a campanha “Caminhos de São Paulo”, tenho minhas dúvidas de como será essa entrega.

Drogaria São Paulo

Existem várias formas de uma marca se lançar no mercado. Uma delas é se aproximar de um player e copiar as coisas boas, depois tentar desgrudar e seguir caminho próprio. A “Do Bem” fez isso.

Do Bem antes...

Do Bem X Innocent antes...

Lembro que há alguns meses conversava com amigos sobre essa marca e sua descarada inspiração na marca inglesa “Innocent”. Eis que começo a ver posts celebrando a chegada (ou aparecimento) dessa marca. Antes até o site era igual. Agora descolou (ou faz esse caminho). O que é muito bom pra ela e para o mercado, uma marca bem posicionada e não européia.

Hoje:

Innocent hoje

Innocent hoje

Do Bem hoje...

Do Bem hoje...

Ctrl C + Ctrl V do Update or Die. Muito bom texto sobre a Casas Bahia e a inovação.

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Hoje o jornal inglês “Financial Times” traz reportagem sobre a abertura de uma loja da Casas Bahia na favela de Paraisópolis, em São Paulo, no dia 5 último. A rede investiu R$ 2 milhões nela e já programou mais 30 lojas novas para 2009, inclusive mais algumas em favelas.O autor do artigo, Jonathan Wheatley, começa escrevendo que, ao som de Exaltasamba, “centenas de pessoas na frente da loja dançam, pulam e abanam os braços como se não houvesse amanhã”. Aí fiquei pensando  no que essa loja vai fazer pela auto-estima de seus consumidores e em como o C.K. Prahalad tem sua razão ao defender a possibilidade de inclusão social (e distribuição de renda) pelo consumo.Já demos num dos veículos da HSM um estudo de inspiração etnográfica da ESPM-RJ que mostrava esse potencial com declarações de consumidoras, todas empregadas domésticas, sobre a Casas Bahia. É impressionante o impacto da rede varejista em seu target – acompanhem:

  • As Casas Bahia pegam você na porta, eles se dedicam mesmo, abrem o coração, pra laçar você ali na hora. Agora na outra loja [omiti o nome, vou chamá-la aqui de “outra loja”] você é que tem que ir lá – êi, êi [como se estivesse tendo que chamar o vendedor]. Acho que as Casas Bahia tem mais dedicação à pessoa. (Lourdes)
  • As Casas Bahia são como uma mãe, facilita pra gente. É rápido tirar [comprar] as coisas lá. (Andréia)
  • Lá [Casas Bahia] eles facilita demais pra gente, só falta dar as coisas. Em termos de tudo, de dividir, de pagamento. Agora, há pouco tempo mesmo, eu atrasei as prestações da minha geladeira, eles fizeram um acordo excelente prá mim. (Janaína)
  • Da outra loja, não gosto, acho que é muito cheio de coisa; pras pessoas comprar, tem que comprovar a renda, tem que fazer isso, tem que fazer aquilo; nas Casas Bahia já não tem esse problema, você não precisa comprovar renda, é só você dar um telefone pra contato, que você consegue. (Rita)

Em resumo, a Casas Bahia mergulhou ainda mais no seu segmento de mercado, fez uma inovação (um breakthrough!) sem precedentes ao entrar na favela e não se amedrontou com a crise. Está fazendo inclusão social com lucro e, de quebra, ajudando a construir a marca Brasil no exterior. Talvez este artigo do “Financial Times” seja o primeiro do gênero na imprensa internacional depois que o “Guardian” noticiou a fundação, em 2005, da pousada Maze Inn, do jornalista britânico Bob Nadkarni, na favela Tavares Bastos, do Rio. E dessa vez a iniciativa é brasileira e voltada para o público da própria favela. Se update or die é mesmo um paradigma no século 21, a Casas Bahia certamente é da turma do update, mesmo sem ser “cool”. Ou melhor, Casas Bahia é cool, sim!

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