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O Brasil é um país continental e tem dentro dele diferenças faraônicas, mas podemos dividir a constituição básica do povo brasileiro em 3: Negros, índios, Europeus (Darcy Ribeiro). Agora imagine o seguinte cenário, fim de 1800 e inicio de 1900 o Brasil começa a querer criar uma identidade ao mesmo tempo em que cria suas leis, no entanto as leis eram feitas apenas pelo europeu dominante (Português), mas tinha que ser entendida, aceita e executada por todos os outros povos que aqui estavam: Negros, índios, Italianos, Japonês, Poloneses, Alemães e outros.

Resumidamente o que aconteceu é que cada um lia a constituição da forma que a sua identidade cultural permitia e após essa interpretação ele executava também da forma como a sua identidade cultural lhe permitia.

Um grande exemplo disso é você estar parado em um cruzamento a rua a sua frente é mão para a direita e a casa que você pretende ir é logo a sua esquerda, como na figura abaixo:

Isso é dado porque o brasileiro encara leis como instrução e o inglês como regra, vou tentar traduzir em palavras o pensamento dos dois indivíduos nesse exato momento:

Inglês: Eu tenho que ir até aquela casa a esquerda, mas há uma placa que me diz para ir para direita, então eu tenho que fazer o quarteirão.

Brasileiro: Eu estou sendo instruído a ir para a direita, essa instrução é dada para que eu não cause problemas de transito, caso eu for para esquerda e não causar nenhum problema no transito eu ainda sim cumpro com a instrução da placa.

Basicamente o Brasileiro teve que se adaptar em sua formação a muitos olhares, culturas, ideologias e por isso ele criou o famoso “jeitinho brasileiro” que eu não considero como desonestidade, mas sim como a forma como esse povo achou para conseguir lidar com os problemas que lhe foram sendo impostos com o tempo.

Você foi enganado esse tempo todo e talvez nunca tenha percebido. E pior: foi enganado por você mesmo.

Segundo uma pesquisa feita por Barry Schwartz, não importa o que você faça sempre estará insatisfeito e para determinar isso ele ainda cita o paradoxo das geléias na qual duas empresas oferecem geléias, uma com 24 sabores e a outra com 6, eis que com 6 sabores vende mais, isso porque na primeira empresa sua escolha é 1 em 24 e na segunda é 1 em 6.

Outra pesquisa feita por Dan Gilbert, mostra que a grande virtude do ser humano é a capacidade de se posicionar no futuro sem nem mesmo estar lá.

Outro pesquisador Richard Lucas, fez uma pesquisa que mediu o nível de felicidade das pessoas e colocou isso em uma escala de 0-10, descobriu também que a média de nossas felicidades gira sempre em torno de 7,28.

Em um artigo que saiu na Superinteressante, o autor afirma que a felicidade é um truque e nada mais óbvio analisando as informações acima que chegar a essa conclusão uma vez que o corpo humano precisa te insatisfazer para fazer você “sair do lugar”.

Imagine o seguinte, você é um ser humano 7,28 na escala da felicidade quando você come, faz sexo, ou seja, quando você esta na base da pirâmide das necessidades seu nível de felicidade sobe, libera serotonina e dopamina fazendo seus neurotransmissores ficarem “viciados” naquela ação e isso te ajuda a sobreviver no meio. Se você fosse um ser humano nota 10 em felicidade seu corpo não teria “métodos” para te indicar o que você deve fazer, pois o método que ele usa é te deixar infeliz.

Chegamos então finalmente na seguinte questão: “Ter menos faz você poder escolher entre menos possibilidades e conseqüentemente mais feliz?”.

Se considerarmos o céu como o 10 em nível de felicidade então o cabeludinho de 2000 anos atrás tinha toda razão, “é mais facil um camelo passar no buraco de uma agulha!”.